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GOVERNO FINANCIA COMUNIDADES TERAPÊUTICAS
Verba de R$ 87 milhões espera acolher cerca de 20 mil dependentes de drogas e álcool
Governo Federal quadruplicou o número de vagas financiadas
Inspeção em comunidades terapêuticas de 11 estados revela tortura, sequestro e cárcere privado
Cientista recomenda negá-las como espaço de tratamento, à medida que não ofertam, no sentido tradicional, aquilo que prometem – um tratamento
ANÁLISE CIENTÍFICA (TESE DE DOUTORADO):
"As comunidades terapêuticas, ao se apresentarem sob o manto da filantropia e revestidas de princípios religiosos – fazerem o bem a quem necessita –, não evidenciam o processo de disputa por financiamentos e isenções de impostos."
"Outro aspecto importante que pontuamos ao longo de todo o trabalho – e que compareceram em nossos resultados –, é uma série de denúncias referentes à violação dos direitos humanos praticados por essas instituições."
"Quando a propagação de determinadas ideologias trabalha a favor da classe dominante – só Jesus salva –, o que vemos é um processo de alienação que oculta a compreensão dos fenômenos em sua totalidade, imputando ao sujeito uma culpa que não lhe pertence."
"Aqueles que incorporaram a ideologia religiosa passaram a atribuir ao plano espiritual os acontecimentos de suas vidas, à uma “guerra espiritual” travada entre o bem e mal, cujos protagonistas não são seres humanos, mas sim, Deus e diabo/ demônios. Todas essas ideias denotaram um processo de alienação: o afastamento do ser social e o descolamento da vida social com as suas relações históricas de poder, de luta de classes, sua estrutura econômica, dentre outros aspectos."
"Como vimos, a sociedade capitalista promoveu historicamente a demonização das drogas. Ao demonizar a substância – droga –, essa se torna síntese daquilo que oprime e imputa sofrimento ao ser humano. Essa inversão mascara aquilo que não se quer revelar: o conjunto das desigualdades e lutas sociais, produzidas e reproduzidas no movimento contraditório das relações sociais, alcançando plenitude de suas expressões e matizes em tempo de capital fetiche."
"As comunidades terapêuticas, assim, não podem ser entendidas em si, mas inscritas nesse processo de polarizações. Nesse sentido, é preciso negá-las como espaço de tratamento, à medida que não ofertam, no sentido tradicional, aquilo que prometem – um tratamento. Mas, além de não tratarem, difundem um discurso – que se apresenta como polarizado – baseado no efeito protetivo da religião contra o dito mal que, na verdade, tem a finalidade de mascarar a dinâmica do capital."
BARDI, Giovanna (2019). Entre a “cruz” e a “caldeirinha”: doses diárias de alienação nas comunidades terapêuticas religiosas.
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